André Brandão foi indicado pelo presidente do Banco Central, mas não é do círculo próximo ao ministro da Economia.
O Banco do Brasil informou que iniciou os procedimentos para
a nomeação a partir de comunicado do Ministério da Economia. O nome de Brandão era ventilado desde a semana
passada, sugerido pelo presidente do BC, Roberto Campos.
Executivo do HSBC em Nova York, Brandão chefiou as operações
da instituição na América Latina e negociou a venda da subsidiária brasileira
ao Bradesco em 2015, por U$5,2 bilhões, segundo informou o jornal Valor
Econômico.
Brandão traz a expectativa de continuidade da linha liberal
defendida pelo ministro Paulo Guedes. No
entanto, não faz parte do grupo mais próximo do ministro, que avalizou a
indicação a partir de uma conversa telefônica esta semana.
Privatização
A indicação alivia o mercado financeiro, reticente com a
postura recente do Presidente Bolsonaro, que dá pistas de uma inclinação ao
desenvolvimentismo defendido pela ala militar enquanto declara apoio a Guedes.
O ministro é franco defensor da privatização do BB. Durante
reunião ministerial em abril, afirmou que o banco está pronto para ser vendido.
Um mês depois da divulgação da reunião, por autorização do STF, o então
presidente do BB, Rubem Novaes, demitiu-se.
Se depender de experiência para a venda, Brandão soube fazer bom negócio para os ingleses, tanto que seguiu com eles até o convite do governo.
Desenvolvimentismo militar
Os militares não se
pronunciaram abertamente sobre o banco, mas são contrários às privatizações de
modo geral.
Se o novo presidente do banco é mais um sinal de enfraquecimento
da chamada ala ideológica do governo, não significa, ao menos por ora, apaziguamento
com os militares, que, nos bastidores, seguem atirando contra fundamentos da
proposta de Guedes, como a manutenção ortodoxa do teto de gastos.
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